Drones misteriosos sobre a Europa: países do norte enfrentam nova onda de avistamentos.

Alemanha, Dinamarca e Noruega confirmam incidentes recentes com drones; Finlândia mantém vigilância reforçada.

Uma sequência crescente de avistamentos de drones não identificados está chamando a atenção de autoridades e cidadãos em toda a Europa. 

Desde o fim de setembro de 2025, Alemanha, Dinamarca e Noruega têm registrado incursões aéreas sobre aeroportos, bases militares e zonas de segurança restrita. A Finlândia, embora ainda sem episódios críticos, reforçou a vigilância sobre seu espaço aéreo.


O fenômeno reacende debates sobre segurança nacional, guerra híbrida e a vulnerabilidade dos sistemas de defesa contra drones. A seguir, um panorama completo e atualizado sobre o que está acontecendo.

Alemanha: suspeitas se voltam para Moscou

A Alemanha foi uma das mais afetadas pela recente onda de drones. O aeroporto de Munique teve suas duas pistas fechadas em duas noites consecutivas, resultando em dezenas de voos cancelados e milhares de passageiros impactados. 

De acordo com as autoridades locais, os drones não foram identificados, mas apresentavam rotas de voo incomuns e comportamento coordenado, o que levantou suspeitas de espionagem.

O chanceler Friedrich Merz declarou oficialmente que o governo alemão “parte do princípio de que a Rússia está por trás” desses incidentes, classificando-os como possíveis operações de reconhecimento. Nenhum drone armado foi detectado até agora, mas o alerta militar foi elevado em todo o país.

O ministro da Defesa, Boris Pistorius, destacou a urgência de reforçar a defesa antidrone, alertando para o risco de escalada militar caso a resposta não seja cuidadosamente calibrada.

A Alemanha, que abriga bases estratégicas da OTAN e infraestrutura crítica de energia, vê nesses episódios um sinal de vulnerabilidade. 

O governo anunciou planos para criar uma unidade nacional de defesa contra drones, integrando inteligência civil e militar.

Dinamarca: caos nos aeroportos e hipótese de ataque híbrido

A Dinamarca viveu uma semana de paralisações aéreas e pânico logístico. O Aeroporto de Copenhague ficou fechado por quase quatro horas após a presença de drones grandes e de difícil rastreamento. 

Outros aeroportos, como Aalborg, Esbjerg, Sønderborg e Skrydstrup, este último militar, também foram afetados.

As autoridades dinamarquesas classificaram os incidentes como “profissionais e sistemáticos”, apontando a possibilidade de uma operação híbrida, combinação de espionagem, sabotagem e provocação política.


O governo decretou proibição temporária de voos civis de drones e estuda medidas mais duras para permitir o abate imediato de dispositivos não identificados sobre áreas sensíveis.

A primeira-ministra dinamarquesa descreveu o episódio como “um teste à resiliência nacional”, destacando que o país trabalha em cooperação com seus vizinhos e a OTAN para identificar a origem das incursões.

Na Noruega, os incidentes também provocaram o fechamento temporário do Aeroporto de Oslo, com cancelamento e desvio de diversos voos. Outro caso ocorreu em Bardufoss, no norte do país, onde um avião precisou alterar sua rota por segurança após o avistamento de drones próximos ao espaço aéreo controlado.

As autoridades norueguesas ainda não encontraram ligação direta entre os eventos locais e os ocorridos em outros países, mas reconhecem que a semelhança entre eles sugere um padrão de operação coordenado. 

O governo fala em “atividade de reconhecimento estrangeira”, possivelmente ligada a tentativas de mapear infraestrutura militar.

Segundo o ministro da Defesa norueguês, a prioridade agora é fortalecer os sistemas de detecção e neutralização de drones. Ele também confirmou que há cooperação direta com a Alemanha e a Dinamarca para compartilhar informações em tempo real.

Finlândia: cautela e vigilância silenciosa

A Finlândia, que compartilha uma longa fronteira com a Rússia, ainda não registrou incidentes comparáveis em escala aos dos países vizinhos, mas autoridades policiais e militares permanecem em alerta.

Relatórios recentes mencionam avistamentos isolados de drones próximos a áreas industriais e portos, mas sem confirmação de risco militar ou espionagem.

O governo finlandês reforçou a rede de vigilância aérea e tem colaborado com países nórdicos em exercícios conjuntos de defesa. 

Fontes de segurança apontam que o país está priorizando a prevenção e monitoramento constante, evitando divulgar detalhes públicos para não gerar pânico.

Até o momento, não há provas públicas que confirmem a responsabilidade de um governo específico pelos incidentes. 

No entanto, a Alemanha e a Dinamarca deixaram claro que suspeitam fortemente da Rússia, considerando o histórico de operações híbridas e ataques cibernéticos atribuídos ao país.


A Rússia, por sua vez, nega qualquer envolvimento, classificando as acusações como “propaganda política ocidental”.

Especialistas em segurança acreditam que o objetivo das incursões pode variar: testar o tempo de resposta militar, reconhecer posições estratégicas ou simplesmente criar instabilidade e medo entre países da OTAN. 

Outros apontam a possibilidade de grupos privados ou hackers com acesso a tecnologia avançada.

Os efeitos já são significativos: aeroportos fechados, prejuízos econômicos, atrasos generalizados e sensação de insegurança. Além disso, cresce a pressão política sobre os governos europeus para investir em defesas antidrone mais eficazes e em cooperação internacional de vigilância aérea.

A União Europeia discute novas diretrizes para resposta rápida a incursões não identificadas, incluindo a possibilidade de uso de lasers ou bloqueadores de sinal para neutralizar drones em tempo real.

Os avistamentos de drones não identificados no norte da Europa já ultrapassam o campo da curiosidade e entraram em uma nova fase de preocupação geopolítica.


A Alemanha, Dinamarca e Noruega confirmam episódios reais e contínuos de violação de espaço aéreo, enquanto a Finlândia mantém postura preventiva.


As suspeitas recaem sobre a Rússia, mas as investigações seguem abertas.
Mais do que nunca, a segurança do céu europeu depende da capacidade de reagir rapidamente a ameaças invisíveis, e de distinguir o que é espionagem, provocação ou apenas o início de algo maior.

Fontes: 

Reuters/“Germany assumes Russia behind drone incursions”, 05 de outubro de 2025.



 

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