Um enigma macabro tem tirado o sono de moradores da comunidade de Tintina, na província de Santiago del Estero, Argentina. Nas últimas semanas, uma sequência de mortes inexplicáveis de bezerros em uma fazenda local reacendeu os temores sobre a possível presença do chupacabra, criatura lendária que há décadas povoa o imaginário latino-americano.
O fazendeiro Eduardo Torán, dono da propriedade afetada, revelou que perdeu dezenas de animais em circunstâncias perturbadoras. As carcaças apresentavam perfurações enigmáticas na região da cabeça e, o mais assustador, estavam completamente sem sangue.
“O mais estranho é que aqueles que estavam mortos não tinham cheiro algum”, afirmou Torán, destacando que até os necrófagos naturais, como urubus e cães selvagens, ignoraram os corpos — algo altamente incomum na natureza.
O padrão dos ataques: ausência de sangue e silêncio dos necrófagos
O detalhe que mais intriga é justamente o esvaziamento sanguíneo das vítimas. Enquanto predadores comuns deixam marcas de mordidas, carne dilacerada ou restos espalhados, neste caso a cena é limpa, quase cirúrgica. Especialistas em pecuária da região, embora cautelosos, reconhecem que os indícios fogem do padrão conhecido.
Casos semelhantes já foram relatados em outras partes da Argentina e do continente. Em 2023, por exemplo, pecuaristas no México e no Chile também registraram mortes de cabras e ovelhas com sinais compatíveis com ataques atribuídos ao chupacabra, o que alimenta ainda mais o mistério.
A noite em que o vigia fugiu
Na tentativa de capturar o responsável, Torán designou um funcionário para vigiar o gado. A experiência, porém, terminou em pânico. O homem abandonou o posto e relatou ter visto uma criatura “maior que um cachorro, mas com uma cabeça totalmente diferente”.
Essa descrição reforça o imaginário popular do chupacabra, retratado em diferentes países como um ser de aparência grotesca, de olhos brilhantes, comportamento noturno e capacidade de drenar sangue de suas presas.
O silêncio das autoridades
Apesar do alarde, até o momento nenhuma autoridade argentina se pronunciou oficialmente sobre os incidentes. Especialistas em fauna ainda não examinaram os corpos, o que impede conclusões científicas. No entanto, moradores cobram uma investigação formal antes que mais cabeças de gado sejam perdidas.
“Se isso continuar, a pecuária da região ficará em risco. Queremos uma explicação, seja ela qual for”, desabafou Torán.
Ciência x Folclore: onde está a verdade?
A ciência, em geral, associa casos como esse a ataques de predadores silvestres, como onças-pardas, cães selvagens ou até morcegos hematófagos, que podem se alimentar de sangue. No entanto, nenhum desses animais costuma deixar carcaças intactas e sem odor.
Outra hipótese levantada por veterinários é a ação de pessoas mal-intencionadas utilizando instrumentos cortantes e produtos químicos que retardam a decomposição, explicando a ausência de cheiro. Porém, a falta de evidências sólidas mantém o mistério em aberto.
Do outro lado, o imaginário popular mantém viva a figura do chupacabra. Desde os primeiros relatos em Porto Rico nos anos 1990, milhares de ataques semelhantes foram atribuídos à criatura, sempre marcada por mortandade em massa, ausência de sangue e feridas circulares.
O impacto em Tintina
Enquanto aguardam respostas, os moradores vivem sob tensão. Muitos evitam sair à noite, reforçaram cercas e até instalaram iluminação extra nos currais. O medo cresce não apenas pelas perdas econômicas, mas também pela sensação de que algo fora do comum ronda a comunidade.
Seja fruto de um predador desconhecido, de ação criminosa ou de uma criatura mítica, o caso de Tintina reacende uma das lendas mais assustadoras do folclore moderno e coloca novamente a pergunta no ar: o chupacabra é apenas um mito, ou estamos diante de uma realidade perturbadora?
Fonte: infocusNews